segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A droga do amor.

- Amar é perigoso. - Sei disso - respondi. - Já amei antes. Amar é como uma droga. No começo vem a sensação de euforia, de total entrega. Depois, no dia seguinte, você quer mais. Ainda não se viciou, mas gostou da sensação, e acha que pode mantê-la sob controle. Pensa na pessoa amada durante dois minutos e esquece por três horas. "Mas aos poucos, você se acostuma com aquela pessoa, e passa a depender completamente dela. Então pensa por três horas, e esquece por dois minutos. Se ela não está perto, você experimenta as mesma sensações que os viciados têm quando não conseguem a droga. Neste momento, assim como os viciados roubam e se humilham para conseguir o que precisam, você está disposto a fazer qualquer coisa pelo amor".

Título salpicado por Camilla Leandro.
(Autor desconhecido).

Sozinha a te olhar.

Não sei bem como começar. Queria saber juntar todas as palavras e dizer de uma vez tudo o que está aqui, pronto pra explodir. Mas que fica, que insiste em me oprimir. Tudo o que eu escrevo é sobre você, cada música que escuto parece falar de nós, cada segundo do meu dia é preenchido pela sua imagem, durmo, sonho e acordo imaginando como seria te tocar. Eu não sei como explicar, já faz um tempo que você ocupa meus pensamentos. Nem lembro como tudo começou, quando dei por mim já estava mergulhada em ti. Nos seus olhos, no seu sorriso, no seu modo de andar, no seu jeito todo particular de posar para uma foto, no jeito como me olha e como pronuncia meu nome. O som da sua voz faz estremecer cada músculo do meu corpo e mesmo que longe, consigo sentir sua presença. Por um momento achei ter te visto de relance, assim só por um segundo. A esperança de vê-lo fez nascer algo dentro de mim, que eu nem sabia que existia. Mas que murchara quase com a mesma rapidez, quando me vi olhando para um estranho. Mas o que você realmente é? Se não um estranho? Talvez tenha sido você. Talvez.

Tudo em você me encanta, me prende, me fascina. Não sei ao certo o porque, só sei que é assim. A maioria das pessoas não entende porque não sigo minha vida em frente, nem eu mesma entendo. Mas não posso me livrar, não posso fingir e nem fugir. Você me tem prisioneira, por toda a vida. Eu simplesmente não posso te deixar, mesmo que nunca tenha me pertencido. Algumas vezes quis me ver livre, mas vi que não existe vida além de ti ou talvez exista, mas ter você aqui dentro, é o que basta. Por algum tempo. Pensamentos assim povoam a minha cabeça, antes que a solidão da sua ausência se aflija sobre mim e eu queira novamente morrer. Sumir. Porque sim, as vezes vem-me á cabeça a verdade explícita e violenta de que nunca será meu. Nossos mundos estão separados, não só geograficamente. Tudo se desencontra. Absolutamente tudo, não há nada certo. Nada, nunca houve.

Eu daria tudo para que você sentisse pelo menos um pouquinho do que eu sinto por você. Para que sentisse a intensidade, a alegria, a dor, a solidão, a incerteza, o medo. Uma enxurrada de sentimentos, capazes de provocar dores de cabeça e ânsias de vômito. Mas sobretudo, para que você sentisse a insegurança, de perder algo que nunca teve. Da dor de dizer que nunca haverá um "nós", que nunca terá aquilo que mais ama na vida. Que sua essência se perdera, que não há mais razões para ficar e continuar. Porém, esse desejo é impossível. Pois, esse fardo é somente meu. Meu destino, tenho que lidar com ele. Mesmo que seja a duras penas. Talvez seja esse sofrimento que me mantém viva. Porque se eu não o tiver, o que será de mim? Uma ilusão sem fim.

(Camilla Leandro).